20 março 2013

Manifesto




Poesia é coisa de viado
Poesia é coisa de revoltado
Poesia é coisa de maluco
Poesia é coisa de vagabundo
Poesia é coisa de recalcado

É recado de gente apaixonada
Menino tímido encantando a moça
É noite de insônia
Choro do amor perdido
Gozo do conquistado
É noite de insônia

Poesia é grito que acorda
Chuva de palavra que derrete ídolo de gesso
É uma idéia esculpida em verso
É a transformação, o inverso
Coisa de Pessoas, Nerudas e Drummonds
Mas também de cada pessoa
Visão pessoal, epifania, credo
Putaria, diário, mentira, desabafo, medo

Versos que se juntam em orações
Em estrofes
Orações ao profano ou ao divino
A minha alma é o templo da poesia
E vossos olhos rezam a minha missa
Quando ressoamos em convergência

Sublime, banal, vil, irracional
Política, anarquista, filosófica, pueril
Amadora ou profissional
Ela arrebata a mente
Bate junto com o peito
Aponta ou aumenta o defeito do mundo

E quando, animada, flerta com a música
Traz de novo um mundo novo
O recado do menino
O choro do amor perdido
O gôzo do conquistado
A noite de insônia

Cuidado com a poesia
Cuidado com a poesia
Cuidado com a poesia

Poesia é coisa de revoltado?
Poesia é coisa de viado?
Poesia é coisa de maluco?
Poesia é coisa de vagabundo?
Poesia é coisa de recalcado?

E o poeta?

O poeta é qualquer coisa
Menos conivente

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