19 janeiro 2004



Acreditem, Beth Gibbons conduz você ao delicioso mundo do pesadelo com sua voz. Embalado pelo trip hop de Portishead, com o álbum de mesmo nome, é díficil não ter variadas e indescritíveis sensações. São as "emotional landscapes" que Björk cita em seus discos.
O clima é dado pelo som do chiado do vinil. O scratch e o ar sombrio das letras contrastam com o instrumental clássico e a batida forte. Alternando silêncio com inserções intensas de instumentos ou fazendo "levadas" realmente geniais de jazz riffs na guitarra com um baixo hipnótico e nervoso, você é catapultado para um mundo de música bem distante do techno pop tradicional, de díficil aceitação para alguns talvez.
Este é um disco para se ouvir durante o dia inteiro, até estar cantando Only You com a Beth ou All Mine de cabo a rabo. Um disco para se ouvir em casa... e sozinho. Uma experiência que recomendo a todos que tiverem coragem.

O trip hop é um movimento tipicamente londrino, flerta com o jazz e com o groove sem prejuízo para nenhum deles. Criado talvez para embalar o final das doideiras das anfetaminas dos clubes ou o díficil sono dos "comedores de doce". E ele consegue.

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