22 maio 2004



Anti-poema (Ou Meu Corpo Pálido)
Rômulo Narducci

Faço meus lábios labirinto,
palavras soltas e abstratas.
Queres amar meu corpo pálido,
a tez marfim de carne flácida.

O meu sorriso embriagado,
o meu olhar atroz perdido,
meus versos mortos, vis, inválidos,
o meu querer tão indeciso.

Vaga o tormento acre e esquálido.
Queres sentar em meus desígnios,
queres amar o meu cadáver
num tom de cólera fino e plácido.

Dos planos faço um anti-poema
de um livro velho e empoeirado,
do vate louco e anti-poeta,
com um tema insípido e castrado.

versão do poema musicada por PAKKATTO

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