01 julho 2004

Imagine que um dia

Imagine que vivemos apenas para os afazeres cotidianos das obrigações impostas pelo tempo em que estamos: ganhar dinheiro, ter um emprego, família, carro, status...
Imagine que, no mundo, vários fazem o mesmo que você: estudam, procuram emprego, lêem, bebem, têm amigos...
Imagine agora que nem todos estão satisfeitos com o caminho que as coisas tomam. Sentem-se isolados por não saberem se há outros, iguais a eles, que percebem que há algo de errado.
Eis que, finalmente, chegam os "tavernistas", os "vagabundos sagrados" e os "filósofos do erro" com o seu "convite". Inconformados com "o andar da carruagem", com "a vida de aboio", os outrora isolados refugiam-se na arte e tomam com eles a pílula vermelha.
Despidos do véu de Mara (ou Maya), encontram a verdade do mundo: aridez e automatismo. Seria melhor continuar sonhando ???
Infelizmente, a organização e a ciência do Grande Opressor os impede de concretizar a libertação da massa e a recém adquirida percepção da realidade é inescapável. O máximo que conseguem, transitando entre os mundos simulacro e real, é encontrar novos companheiros na marcha contra a ilusão.
Aparecerá entre eles um dia, como numa profecia, alguém capaz de reestabelecer a paz na Terra aos seres de boa vontade. Alguém capaz de enfrentar o mundo simulacro e extrair dele o seu desejo, capaz de subverter suas regras.
No fim, apenas o equilíbrio que permitirá aos poetas viverem em paz com seus iguais, tentando fazer com que a luz do sol brilhe novamente sobre a Terra devastada.


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