06 novembro 2005

E-mala para a Enquete "TESTE CEGO" da cerveja KAISER

Recordo-me da propaganda de lançamento do Guaraná Kuat no Brasil.
Fico feliz de ter memória desses enfadonhos trinta segundos num país como o nosso, onde se esquece do que aconteceu no último mês.
Ao que parece, no entanto, uma geração de publicitários insiste em utilizar-se da mesma fórmula imbecil: O consumidor não conhece o produto que consome.
Quando vi a propaganda do Kuat pensei com meus botões: é claro que há pessoas que não perceberiam a diferença entre um guaraná xarope gaseificado e um “champanhado” (alcunha do processo utilizado pela Antártica). Afinal de contas há pessoas que não conseguem bater palmas de forma a acompanhar uma música, pessoas que são incapazes de cantarolar atirei o pau no gato no tom e que põem catchup em medalhão ao molho madeira.
A publicidade parece não ter entendido que, ao escolher um produto como a cerveja, o alvo deve ser o dos Marias-vão-com-as-outras. Beber Skol é cool porque o cara mais descolado do grupo bebe, porque alguém que é referência bebe. Aquele que já escolheu o “seu” produto não será influenciado e se pode afastar o consumidor potencial com jocosas colocações como esta:
“—Me vê uma Kaiser porque eu não sinto a diferença mesmo!!!”
Se pusessem alguém falando do sabor, inflando a imagem do produto, nunca poriam o Pânico pra fazer o teste cego. Fala sério, não quero tirar o ganha-pão de ninguém, mas a Kaiser deve estar lavando é grana.
Eu acho engraçado o que os marketeiros fazem. Sabendo que o povo brasileiro é em sua maioria composto de analfabetos funcionais, imagine as desgraças que um gráfico travestido de estatística pode fazer. Chego eu, pro dono da companhia, lhe ofereço um web site, espaço na tevê e uma estratégia de infiltração (já testada) e pimba!!! GRANA!!! Se eu fosse dono da companhia não iria ser iludido apenas pelo formato. O conteúdo, a despeito dos gráficos e enquetes, só tem um objeto de tese: O consumidor não conhece o produto que consome.
Pra piorar, quando vejo as esquetes do Pânico, tenho que ver a maioria escolhendo SKOL como a mais gostosa e acertando todas as opções de um “bom bebedor”. E ter que engolir Emílio Surita ,numa atitude anti-ética, dizer que o teste “provou a tese” é dose. O consumidor conhece o produto que consome quando o consome regularmente. Uma tentativa da Pepsi em utilizar este modelo de marketing fracassou como o Titanic.
Espero que vcs, que trabalham nesta campanha, façam muito sucesso e nunca se envolvam com política.
ESTAREMOS PERDIDOS !!!!!!

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