21 maio 2006

I
Aprendi a querer muito mas esqueci que sou um só
Pra espantar a solidão vou comprando meus amigos
Eu preferia ter coragem pra mostrar tudo que sinto
Ao invés de ter no rosto um automático sorriso
A manhã nasce vermelha e estou cercado de pecados
lhe procuro e me confesso mas estou sempre mentindo
Eu me escondo sei que o mundo é maior que o meu umbigo
Ainda tenho a infantil pretensão de ser mais santo
Ao mesmo tempo em que procuro a malícia que me falta
Negando sempre em vão chorando a maldade em que me afogo


II

Posso ver muitos dos meus erros
Sei o que sou mas não me conheço
Desconheço quem sou e meus limites
Penso no boi e me reconheço
forte e mesmo assim sempre cercado
Eu pareço o boi aprisionado
Forma forte inútil resignada
que não é nada senão touro castrado
Eu posso ver muitos dos meus erros
tornei-me esboço de um poder que já não tenho
Sei o que sou mas quem sou eu desconheço
E na figura do boi me reconheço
Forma forte passiva e enclausurada
Eu não sei quem sou e lhe confesso
Sei apenas o que sou e não sei nada.


Henrique Santos

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