Implodiram meus castelos
mar e vento
de repente
Desconstruíram-se no estalo
ao fim de tarde
os elementos
Vejo caírem
da janela
noite, fogo, estrela e alma
A noite caindo
a estrela apagando
o cigarro na boca
um sorriso no chão
A mesma lua
o mesmo sol
o mesmo movimento
descendente
As coisas se movem
e me arrastam consigo
Por vezes me repelem
mas ainda as sigo
Intercepto-me deserto :
sedimentos, sal e sede
Um grito rolando calado
salgado por sobre a face
As coisas se movem
desarmônicas, abstratas
por vezes me levam consigo
palpáveis, ainda inexatas
Sorvo o grito
e o espírito não se farta
destruo agora eu mesmo
meus castelos sem bandeiras
Prostro-me de joelhos
sobre os escombros de meus sonhos
É tudo onda e pó
mar e chão
sonhos e sedimentos
o estalo ao fim da tarde
demoliu os elementos
as coisas se moviam sobre as águas
com o vento e a maré
com a lua e com o fogo
Desconstruindo-se levianamente
Fodástico! Ver-se num poema alheio é um conforto muito grande àqueles espíritos conturbados que se acreditam sozinhos no mundo. Apesar de eu ser meio que "stalker" (rs), estou sempre acompanhando seu blogue, gosto muito da sua escrita. obs.: continua na taverna? obs2.: fico lisonjeado por ter meu humilde blogue aí, exposto na sua lista, à direita. rs. grande abraço, bons ventos.
ResponderExcluirObrigado, Bruno! Também gostei do teu blog. Muito obrigado mesmo
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