(a Chacal)
“─A palavra é a espada”
Diz a voz do trigo
Àquele que lavra a terra
Desconhecida da alma
Mas o destemido lavra-
dor dos mistérios dos sonhos
Lança um olhar a plantação
E diz, apontando a imensidão:
“─ O silêncio é a espada”
O trigo, confuso, calava
Deixando no ar o ritmo
Do vento e da foice daquele
Que incansável lavra a terra
Dos sentimentos interiores e
Da alma do mundo : o poeta.
Não mais a pá lavra o solo
O poema brota mudo e perfeito
No pedaço de terra menos esperado
E, diante de tão belos frutos,
Todas as vozes se calam
Tentando entender o novo verso.
Até que se ouve a voz do trigo a repetir:
“─ Isso é poesia. Isso é poesia.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário