04 janeiro 2004

I

O amanhã do mundo me persegue.
Busco refúgio em vãs tentativas.
Sou sólido e reconheço os limites dos sonhos.

Nego, de forma recorrente, o vazio do Céu do Novo Mundo.
Há um Deus que olha por mim, escondido nas trevas dos átomos.

O amanhã do mundo nunca chega.
Madrugadas perdidas, com medo do sono e de perder
esse lindo mo(vi)mento de (mu)dança.

Hoje, os males da Caixa de Pandora ainda assolam o globo.
Homens tramam, em segredo, o seqüestro de toda esperança.
E o amanhã do mundo é só promessa.

E, eu, tendo desistido da arrogância,
Abraçado aos exemplos de mí­sticos ascetas,
Procuro em meio às palavras o silêncio.

E, exausto, durmo tranqüilo o hoje dos poetas
Para acordar no amanhã dos homens
E fazer a minha parte no amanhã do mundo.

Um amanhã que nunca chegará pra mim
Mas está comigo em sonhos de paz e de guerra
E a toda manhã me persegue.


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