24 outubro 2005

Destruidor de Ídolos



Imitação barata de estátua grega
Onde se vê mármore veja-se
Gípsea substância
O vidro em lugar do brilhante
Não tem o mesmo efeito
Que o do puro diamante
Bem construído a olhos míopes
Mas frágil e feio diante da lupa

Ver o povo ajoelhar-se diante do ídolo?
E adorá-lo como obra máxima de beleza?

Ao levantar o martelo sou um bárbaro
E como bárbaro sempre hei de ser tratado
Custa-me acreditar que a vida mereça
Tais ofensas em nome do medo

A mão do homem não constrói o ídolo
A mão do medo o constrói
E a mão do homem deve destruí-lo

Embora impedido, mãos atadas e desarmadas,
Não me rendo, não me calo, blasfemo.
Hão de me pôr sobre a cruz, matar meu corpo.
A chuva vai desfazer o nosso erro.

E, quando o ídolo derreter, se um outro for erguido
Eu virei, com o vento, destruí-lo novamente.

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