31 janeiro 2007



Meu mundo caiu ou só ficou offline? (Parte I)

Meu PC foi para o saco.
Passei recentemente por um regime forçado de afastamento do computador de aproximadamente duas semanas. Isso, nos primeiros dias, foi como algo fora do comum. Foi como a descompressão que um tabagista tem de passar nos primeiros dias de abstinência.
Minha máquina teve um problema na famigerada repimboca da parafuseta e não pude mais usufruir deste fabuloso eletrodoméstico moderno. Quando estudei física ouvia sempre um mito interessante sobre a origem alienígena do computador. Um absurdo ímpar é claro; embora eu ache estranho que só os indianos entendam realmente como ele funciona chegando inclusive ao ponto de criarem os Machintosh. Bem, a urgência me deu a humildade necessária para reconhecer que eu não entendo lhufas de computadores. Imediatamente procurei os técnicos, shamans desta brava nova era, a fim de desvendar o misterioso defeito malévolo.
Como sobreviver sem Internet e joguinhos? Não me lembraria da estratégia de Civilization II e uma raça inteira pereceria. Meus jogos, vídeos, fotos e bookmarks corriam perigo. Pus minha fé naqueles que hoje salvam milhares de vidas mas foi tudo em vão. Pensaram que o pó havia causado o mau funcionamento da máquina. No entanto, ao retirar a poeira, que já adqüirira a consistência de uma cartilagem sobre as peças internas, meu PC ainda relutava em ligar. Chamaram-no de velho, obsoleto, fora de linha. Lembrei-me então de um outro mito que dizia que técnicos nunca sabem qual o problema de verdade. Malditos alienígenas! Eu estava sem grana para fazer um upgrade que me cheirava a PC novo pois só não ia precisar trocar a cadeira que estou usando enquanto escrevo esta crônica.
Sem alternativas mais imediatas para consertar o meu PC, não tive escolha senão começar a pesquisar o preço das peças que, dentro de meu atual orçamento, iriam levar pelo menos três meses para completar o upgrade. Como iria me divertir, em plenas férias, com um PC quebrado? Não haveria mais como fugir de meus afazeres domésticos jogando campanhas e corridas ou perder tempo à noite acessando sites de pornografia.
Incapaz de me negar a ver o sol lá fora ou assistir aos noticiários da tevê. Tendo que ir à locadora para achar um filme e recorrendo a coleção de CD's para ouvir música. Fui obrigado, amigos, a ter de conviver com minha família para poder passar meu tempo.
Cuidem bem de suas estações e aguardem o desfecho.

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