Longe de mim querer ou mesmo poder traçar uma lista pormenorizada de problemas encontrados na leitura deste best seller de Desmond Morris. Não tenho a menor condição de discutir as informações que ele traz do ponto vista da biologia, área na qual o autor é reconhecido mundialmente. Tenho certeza que a própria evolução dos conceitos científicos sofreu profundas modificações desde a publicação deste livro e, reitero, não vou falar sobre isso de forma alguma.
O problema todo está no objetivo e nas premissas utilizadas pelo autor ao querer observar o homem como animal da mesma forma como um extra-terrestre supostamente o observaria. Partindo de questionamentos realmente muito bem encadeados de nossas características únicas, comparando nossos hábitos com os de nossa família biológica, Desmond se arrisca a palpitar sobre nossas convenções sociais isentando a história de sua análise. Em nenhum momento o zoólogo se utiliza da sociologia ou se preocupa em confrontar sua ótica biológico-behaviorista com uma simples análise histórica dos meios de produção e das formas apropriação da humanidade.
Falta ao autor a mesma capacidade de observação no que diz respeito a si mesmo durante o ensaio. Incapaz de fazer a ponte interdisciplinar, não me resta dúvida de que seu objetivo não era outro senão o de seduzir o leitor incauto gerando a polêmica necessária no meio acadêmico para aparecer na mídia.
Sugiro a leitura apenas como curiosidade. Achei a dinâmica interessante e os fatos biológicos são realmente instigantes mas... quando se pára para refletir você fecha o livro.
Deixo aqui uma resenha bem feita para o deleite dos descontentes.
A busca infrutífera do gene de Caim
O problema todo está no objetivo e nas premissas utilizadas pelo autor ao querer observar o homem como animal da mesma forma como um extra-terrestre supostamente o observaria. Partindo de questionamentos realmente muito bem encadeados de nossas características únicas, comparando nossos hábitos com os de nossa família biológica, Desmond se arrisca a palpitar sobre nossas convenções sociais isentando a história de sua análise. Em nenhum momento o zoólogo se utiliza da sociologia ou se preocupa em confrontar sua ótica biológico-behaviorista com uma simples análise histórica dos meios de produção e das formas apropriação da humanidade.
Falta ao autor a mesma capacidade de observação no que diz respeito a si mesmo durante o ensaio. Incapaz de fazer a ponte interdisciplinar, não me resta dúvida de que seu objetivo não era outro senão o de seduzir o leitor incauto gerando a polêmica necessária no meio acadêmico para aparecer na mídia.
Sugiro a leitura apenas como curiosidade. Achei a dinâmica interessante e os fatos biológicos são realmente instigantes mas... quando se pára para refletir você fecha o livro.
Deixo aqui uma resenha bem feita para o deleite dos descontentes.
A busca infrutífera do gene de Caim
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