09 novembro 2014

Farisaria




O que me enraivece nos cristãos é a quantidade de pessoas a que eles permitem o mesmo título.

Se fosse sério veriam que é a atitude que é cristã e não uma mera designação que se obtém nas diferentes igrejas, cada uma com seu carimbo próprio no passaporte para o céu.

Outras coisas me irritam: a hipocrisia, a crença em mágicas, a desfaçatez com que se barganha a graça divina por dinheiro e o desejo desesperado de controlar os direitos dos outros em nome de uma moralidade montada a partir de uma coletânea anacrônica de textos mal interpretada por um pulha qualquer que, na maioria das vezes, sequer leu Santo Agostinho.

Mas nada me irrita mais do que a crença de que se não há um Deus para punir há um território livre para o exercício da corrupção humana.

Espinosa viu isso em sua época e decidiu mostrar que a virtude é o caminho lógico e em consonância com a natureza.

A virtude não é transcendência ou obediência a um preceito divino externo ao homem mas um exercício necessário para manutenção das condições ideais de convívio e sobrevivência humanas. A virtude é lógica.

A crença no medo do inferno nos torna reféns e reduz a crença no ser humano. É incrível que alguém professe uma fé num Deus e que não tenha fé no homem que esse Deus criou. Abomino esse Deus e esses homens. Malditos fariseus!

Perdoai-os, Senhor, eles ainda não sabem o que fazem.

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