
Há os que se esgueiram
(a Caetano Veloso)
Há os que se esgueiram
que nos compram com olhares doces
e nos seduzem com palavras exatas
São como assassinos à noite na espreita
nos convidam a partilhar
mas escondem seu próprio tesouro
nos convidam a ceder
e desdenham do que temos
Há os que esgueiram
como assassinos à noite na espreita
pulando dos becos escuros
dos locais inseguros
das dúvidas
das promessas
sobre nossas cabeças desavisadas
eles seguram um punhal
nos fazem pedir por clemência
e nos dizem que o bem é cruel
Há os que se esgueiram
e sem fazer força nos roubam a alma
são demônios de fala macia
esperando ansiosos por sangue
como assassinos à noite na espreita
enxergam no fundo dos olhos
tudo de que precisamos
Há os que se esgueiram
e há os que andam tranqüilos à noite nas ruas
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