30 novembro 2014

Soma



Eu 
Soma
Tradução do encontro
Entre o momento do universo 
E meu genoma
Não reconheço o acaso
E considero
A importância de minha existência no planeta.

Voa mais feliz que nós a borboleta
Sem pensar que há algum mistério 
E que o pode desvendar a mente aberta?

Não há mistério! Eis a descoberta!
A impermanência é que nos faz ter tais delírios!

Arte e memória são opostos ao oblívio
Ciência pra mantermo-nos nos trilhos
E não enlouquecermos com cometas

Sonhamos! Fingimo-nos de sábios
E intuimos destino e objetivos
Que não dão conta do porquê de estarmos vivos

Sabemos tudo tanto quanto as borboletas.

(Carta de P.P.  a A.A.)
Eu

Soma

SomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSomaSoma

Eu
Soma
Tradução do encontro
Entre o momento do universo
E meu genoma
Não reconheço o acaso
E considero
Minha existência importante no planeta.

Voa mais feliz que nós a borboleta
Sem pensar que há algum mistério
E que o pode desvendar a mente aberta?

Não há mistério! Eis a descoberta!
A impermanência é que nos faz ter tais delírios!

Arte e memória são oposição a morte
Ciência pra mantermo-nos nos trilhos
E não enlouquecermos com cometas

Sonhamos! Fingimos sermos sábios
E intuimos destino e objetivos
Que não dão conta do porquê de estarmos vivos

Sabemos tudo tanto quanto as borboletas.

26 novembro 2014

23 novembro 2014

Humanismo Alerta



Antes a mulher era considerada como propriedade e índios e negros não tinham alma. Você sabia?

E agora? Agora, graças a árdua luta de humanistas através da história, este pensamento foi demonizado pela maior parte das sociedades mundiais. Infelizmente, demonizar algo não é bani-lo de nossas estruturas sociais pois ainda há muitos que aceitam o mundo como uma verdade dada e indiscutível, caminhando como ovelhas e não como indivíduos. Essas pessoas, os crédulos que desconhecem nossa história e origem, são o alvo principal dos pretensos donos de tudo. O interesse em dominar de uma minoria continua sob outras formas, provocando novos cismas e conflitos a partir de falsos dogmas e de mentiras e conclusões torpes sobre a humanidade.

Pois digo: mora um escravocrata dentro de todos, demônio de fala macia ensaiando discursos que separam os homens, não de Deus, mas de todos os outros homens.

O humanismo é um estado de vigilância contra esse inimigo insidioso, travestido de imprensa, igreja e Estado, que vai tentá-lo a trair o bem estar comum em troca de status.

Liberte sua mente e fique atento às mentiras. Não aceite passivamente a autoridade. Os exemplos estão aí: servidores públicos, advogados, juízes e políticos, médicos e artistas, banqueiros e professores; quem lhes deu autoridade? Por que você não pode ter acesso? Por que ainda há fome? Por que os hospitais estão cheios?

Tão condicionados a banalizar a vida vemos crianças sendo abandonadas e as queremos mortas pelo Estado. Fazemos marchas contra a democracia e maldizemos os direitos humanos. Bancos lucram absurdamente e professores e músicos têm que trabalhar por amor à causa. Que causa? As igrejas estão lotadas de pessoas desesperadas e insensatas que buscam a redenção colocando dinheiro no bolso de pastores. A televisão é a sua medida de sucesso, seu mundo ideal, sua nova cela. Emburrecimento e insensibilidade subvertem os conceitos que antes nos aproximavam das pessoas: desapego, respeito, compromisso, honra, ética, amor. Fácil revoltar-se nas redes sociais e nos bares da Lapa boêmia e dizer que basta isso.

Os revoltados são massa de manobra acéfala, meros bois repetindo a velha cantilena. Seja você mesmo e se conheça, com suas limitações e tentações. Não somos santos, somos homens. E, se cada homem tem um preço, venda mais caro sua alma.

Mas, se os seus valores colocarem o bem comum acima do bem próprio, lute.

19 novembro 2014

Diálogo com o espelho de Antônio Auspício




Numa era em que Eros já era
Impera a derrota

Percebe
Todos possuem a resposta

Então
O que em ti se revolta?
Que voz é essa?
Que espécie de promessa
Te mantém tão duro?

Nem você tem certeza...

É pressa pelo futuro?
Uma ilusão de grandeza?

Talvez...

Mas isto não passa

Delirante
Você realmente acredita
Que o seu canto ecoará nas mentes
Que palavras podem ser sementes
Que livros livram...

Não és nada inteligente...
Há um louco gritando teus poemas na praça

Doente de um mal que não tem cura
Foste inoculado pela esperança maldita
De que se pode melhorar a vida com literatura

16 novembro 2014

A cárie do ódio




Evidente
Não estás pra caridade
Te doem as cáries
As costas sentem claramente
O peso da idade
O acúmulo
Tua coleção de surtos sublimados
Vitórias do Superego querendo ser sublime
Latejam

Arre!
Coleção de abraços e beijos diplomáticos.
Arre!
Apertar mãos moles e sorrir para caluniadores.
Arre!
Hipocrisia e ganância na ordem do dia
E o pior do ser humano
Ao vivo e gratuitamente em boa quota do cotidiano

O corpo não reconhece o nojo
Fica o nervo exposto do ódio
Acumulando histórias tristes

Olhos semi áridos festejam
A garganta seca ensaia o grito
O punho se fecha
E a veia na testa lateja

A insanidade é siri na lata
Fantástica força latente
Fica evidente a necessidade de afastarmo-nos
Até que passe essa dor de dente

Definitivamente
Não estás para caridade
E irás cravar palavras ou punhais
Sem piedade
Nos que te aporrinharem

09 novembro 2014

Farisaria




O que me enraivece nos cristãos é a quantidade de pessoas a que eles permitem o mesmo título.

Se fosse sério veriam que é a atitude que é cristã e não uma mera designação que se obtém nas diferentes igrejas, cada uma com seu carimbo próprio no passaporte para o céu.

Outras coisas me irritam: a hipocrisia, a crença em mágicas, a desfaçatez com que se barganha a graça divina por dinheiro e o desejo desesperado de controlar os direitos dos outros em nome de uma moralidade montada a partir de uma coletânea anacrônica de textos mal interpretada por um pulha qualquer que, na maioria das vezes, sequer leu Santo Agostinho.

Mas nada me irrita mais do que a crença de que se não há um Deus para punir há um território livre para o exercício da corrupção humana.

Espinosa viu isso em sua época e decidiu mostrar que a virtude é o caminho lógico e em consonância com a natureza.

A virtude não é transcendência ou obediência a um preceito divino externo ao homem mas um exercício necessário para manutenção das condições ideais de convívio e sobrevivência humanas. A virtude é lógica.

A crença no medo do inferno nos torna reféns e reduz a crença no ser humano. É incrível que alguém professe uma fé num Deus e que não tenha fé no homem que esse Deus criou. Abomino esse Deus e esses homens. Malditos fariseus!

Perdoai-os, Senhor, eles ainda não sabem o que fazem.

05 novembro 2014

O amor é a inteligência da natureza





Falta amor e amor é só do que precisamos.

A luta, amigos, vai além das trincheiras reais do mundo moderno. Mundo soterrado pelas sedutoras mentiras de um céu consumista arraigadas na sociedade ocidental por uma cultura do medo e da escassez, do status, ambição e ganância e da latente predisposição humana a escravização.

Nossa fé? Esse exército de homens alimentados por migalhas há de despertar para sua condição de escravos. E tem que despertar antes que a sociedade torne-se um palco ainda maior de atrocidades que as igrejas, as tevês e os governos escondem. Antes que a fome nos devore a todos e as doenças fujam ao nosso controle, antes de dizimarmos uns aos outros por petróleo e diamantes, antes de envenenarmos o ar e os oceanos de forma definitiva, precisamos romper os grilhões e trabalhar juntos.

Mas, amigos, se a essa máquina que transforma mentes em estômagos dizemos não a todo momento veementemente e denunciamos seus malévolos planos através do Canto, da cátedra e do exemplo de vida (e, por vezes até das bombas), por que há ainda novos soldados engrossando as filas dos moedores de carne? Pergunto-lhes mais: por que parecem insistir em matar a sua galinha de ouro os ditos senhores do mundo, os famintos por poder e almas?

Eu lhes digo: nosso problema é profundo e espiritual. São todos escravos, até os pretensos senhores de tudo.

A educação pode retirar parte do véu que encobre a síndrome de estocolmo que aflige nossa sociedade mas o toque perverso do sistema atua nos corações e mentes de forma direta, sem o filtro da razão crítica, e se perpetua através da igreja, da cátedra e até mesmo da imitação do Canto dividindo os homens em ilhas de ódio independentemente de seu nível social.

Mas neste momento especial em que podemos nos comunicar mais facilmente fica cada vez mais difícil sublimar ou esconder as imperfeições e mentiras dos genocidas mafiosos e dos pequenos lordes feudais. Assim como Babel ruiu esta forma de organização irá ruir. Preparem-se para dançar sobre os escombros desse mundo vil e hipócrita e voltar a sorrir.

Fortalecer a percepção do que é real e importante e contaminar as pessoas com a beleza: nossa única arma. Se falta amor, falta inteligência ao mundo. Para sermos eficazes temos que ser fortes no amor.

Carreguem os espíritos então, amigos. Será uma longa luta essa guerra santa.


02 novembro 2014

Do calabouço




Há uma dúzia de metáforas lá fora
Aqui dentro não há nada sublime
Não há ritmos ou paisagens inspiradoras
Ou vontade de recriar a realidade
Recontar a história da humanidade
Apresentar seus mitos, uma prece,
Ou entoar uma canção.

As metáforas lá fora
E aqui dentro um cansaço
Um tédio com a marcha do mundo
Com a política e as escolhas de meu país.
Logo eu, que não acredito em fronteiras,
Quero agora sofrer com as escolhas dos outros?

Eu que não entendo nada
E ando cheio de opinião
Que sei das engrenagens sinistras da máquina do mundo
E ainda me assombro com sua música
Deixei aberta a caixa onde a esperança
Residia como um pássaro cativo

E, sem esperança, ó musa
Como sairei as ruas com a mesma empáfia
A desafiar a cretinice do planeta
Ignorando os falsos profetas e caretas?
O meu escudo da fé amassado
Vários cigarros ao lado do copo de cerveja.

Aqui dentro, uma pátria sem deus,
Onde as regras do mundo são piada,
Onde o sonho é a armadura
E a palavra é a espada,
Construí um castelo de argumentos
E me escondi sem lágrimas no calabouço

Mas há uma janela sem grades, há o tempo.
As metáforas não se foram, querem transformar
Esperam que eu ponha a cara lá fora, suba em palanques
E me embriague de poesia e vinho novamente
Por enquanto há somente o desabafo, a solidão
Palavras que se negam a tomar a forma de versos

Quando você voltar a sorrir ao meu lado, ó musa
e a esperança pousar em minha torre de idéias
Num outro dia, quando acabar o cansaço
Volto a crer que algumas palavras possam fazer a diferença
Volto a me embebedar de virtude
E a me importar mais com o mundo lá fora.


22/04/2012

Brazil home delivery apocalipse

Disco do Calipso bombando na banca pirata Playboy virou escolha do proleta E o picareta promovido a novo profeta Caiu na rede o selfie do se...