26 abril 2006





O gênio e a ponte

O sujeito liberta um gênio de uma garrafa. O gênio, já de saco cheio, diz: - Olha, meu amigo, esse negócio de três pedidos já deu no saco. Pede um aí e pronto.- Mas só um? Então eu quero que você construa uma ponte do Rio até o Havaí. É porque eu sempre quis ir ao Havaí, mas tenho medo de barco e de avião.- Meu amigo, eu sou gênio, mas não sou mágico. Já imaginou como seria essa obra? Os custos disso? Uma ponte cruzando os mares, não ia ter nem como fazer as torres de sustentação. Impossível, escolhe outra coisa.- Então eu quero entender as mulheres.O gênio parou, pensou e pensou e, no final, respondeu:- Você quer a porra da ponte com duas ou quatro pistas?

21 abril 2006



Que lindo é pensar que apenas duas dúzias de deputados (quase chamei de pessoas) possam decidir os destinos das votações no Congresso.

Que bom ver a preocupação em dar mais transparência às concorrências públicas.

Que bom que Lula fez dar certo tudo que seus antecessores começaram e, desse modo, possa ficar com toda glória.

Que democracia linda essa, onde analfabetos votam em deputados semi-analfabetos que vão deixar seus filhos mais analfabetos.

Que coisa bonita é ver a ética dos deputados em deixar a punição a cargo do Judiciário absolvendo seus colegas em votação secreta.

Vamos cantar com Tim Maia: " ... Que beleza!!!"

18 abril 2006

Certamente nossos políticos e muitos de nossos jornalistas contribuem para adoçar a vida dos parlamentares envolvidos no esquema do mensalão. Tudo isto por um motivo muito simples: Ninguém faz as perguntas relevantes.
Falta ao jornalismo brasileiro a isenção verdadeiramente investigativa nos meios de comunicação voltados para a massa. Aproveitando o abismo entre letrados e iletrados vemos, de uma forma deseperadora, o espetáculo da desinformação armado na televisão apenas para convencer estes últimos de que é possível analisar tudo superficialmente de forma maniqueísta.
Michael Moore, autor do documentário Tiros em Columbine, fala, numa entrevista com a imprensa inglesa, a respeito dessa aparente incapacidade dos jornalistas em voltar-se para o cerne das questões. Ele talvez perceba um dia que a imprensa não pode fazê-lo dentro de um lógica empresarial. As matérias são pagas e expressam alinhamento ideológico. Se você quer a verdade vai ter que ralar muito para pagar por ela.
Nesta entrevista de Moore aos ingleses, um dos entrevistadores pergunta ao diretor qual a utilidade que um filme como o dele teria para a sociedade inglesa uma vez que o filme é sobre a América. A cena com o silêncio e a expressão assustada de Moore para a imbecilidade do argumento do jovem jornalista mostra uma verdade mundial: Há péssimos profissionais em todos os ramos. Maus médicos matam pacientes, maus militares bombardeiam civis, maus engenheiros constróem casas frágeis. O cineasta estava chocado com o que aquele imbecil, com a possibilidade de atingir várias pessoas com sua opinião, poderia fazer de maléfico a sociedade.
Infelizmente, a falta de educação do povo aliada a uma política de cabeças de merda fazem do Brasil o cenário perfeito para o péssimo jornalismo. O fato de não estarmos sozinhos no "globo" não alivia o meu sofrimento.

Quais são as minhas perguntas?
Deixo pro próximo post.

16 abril 2006





Há os que se esgueiram

(a Caetano Veloso)



Há os que se esgueiram

que nos compram com olhares doces

e nos seduzem com palavras exatas

São como assassinos à noite na espreita

nos convidam a partilhar

mas escondem seu próprio tesouro

nos convidam a ceder

e desdenham do que temos



Há os que esgueiram

como assassinos à noite na espreita

pulando dos becos escuros

dos locais inseguros

das dúvidas

das promessas

sobre nossas cabeças desavisadas

eles seguram um punhal

nos fazem pedir por clemência

e nos dizem que o bem é cruel



Há os que se esgueiram

e sem fazer força nos roubam a alma

são demônios de fala macia

esperando ansiosos por sangue

como assassinos à noite na espreita

enxergam no fundo dos olhos

tudo de que precisamos



Há os que se esgueiram

e há os que andam tranqüilos à noite nas ruas



15 abril 2006

  • Diálogo Sobre o Fim do Mundo

Um cometa estava para se chocar com a Terra dentro de um prazo de aproximadamente 48 horas, 35 minutos, 8 segundos e 3 milésimos. Num boteco cospe- grosso no centro do Rio de Janeiro, vários indivíduos se reuniram inesperadamente para discutirem o futuro da malandragem carioca.

Pacifista (fumando maconha) : "A guerra é a arte dos tolos que pintam o céu de cinza e mancham o horizonte e a terra de vermelho com as chamas da destruição e o sangue das criancinhas inocentes."

Filósofo (cofiando o bigode): "A priori, é tudo uma conspiração do meio. Todas as afecções, se trabalhadas, transformadas numa maiêutica através do conhecimento da dor, do excesso da dor, purificam e fazem o homem conhecer a si mesmo. A posteriori...Deus está morto!"

Existencialista (pensativo e introspectivo): "Como iremos nos comportar quando tudo acabar dentro de nós? O que seremos quando for revelado que nada somos diante da imensidão do universo?"

Menino de rua (com um saco de cola e um pacote de mariolas): "Tio, compra uma mariola? É dez centavo..."

Padre: "Queridos irmãos, vamos rezar! Em breve estaremos diante do Pai. Mas lembrem-se: não devemos nos apegar às coisas materiais. Corram até a Candelária e doem seus bens e se arrependam de todos os pecados. Vamos rezar..."

Pastor protestante: "É o diabo!!! É ele que vai acabar com todos nós! Doem! Doem tudo! Tudo o que puderem doar! O Mundo vai acabar! Cuidado com satanás!"

Advogado: "Data vênia! Data vênia! Data vênia!"

Desempregado (com trajes de rodoviário): "eu poderia estra roubando, poderia estar matando, poderia estar estuprando, poderia estar fraudando o INSS, mas venho até aqui, senhoras e senhores, interromper essa tragédia para pedir uma singela colaboração. Minha esposa está grávida, com sífilis e sem as duas pernas. Serve qualquer moedinha, vale-transporte, ticket refeição...Quem puder ajudar eu agradeço, quem não puder eu agradeço também."

Empírico: "Já sei! Podemos nos mudar para outra dimensão!"

Político: "Eu prometo que assim que o recesso terminar, até as próximas eleições...Eu faço!"

Prostituta (recém chegada da Vila Mimosa): "Hummmm...Vai uma chupetinha?"

Partido de extrema esquerda (todos gritam): "Ai!Ai!Ai!Ai! Em cima em baixo puxa e vai! Ai!Ai!Ai!..."

Homem desesperado: "Porra!!! O mundo está para acabar! Se existe outro lugar, outra dimensão, ou qualquer merda...o que vamos fazer, porra?! Onde arrumamos as passagens, porra?!"

Prático: "Já sei! A Ticketmaster!!! Eles já devem ter os ingressos, quer dizer, as passagens! E ainda será mais barato do que trazer os Rolling Stones ao Brasil!"

Assim, todos continuaram a discutir as suas idéias. Cada um defendia de forma veemente aquilo que acreditava. Porém, às 48 horas, 35 minutos, 8 segundos e 3 milésimos estavam quase no fim, o momento fatídico se aproximava. Fez-se um agonizante silêncio na Terra e no Centro do Rio foi decretado ponto facultativo para os funcionários públicos.
Mas de repente, tudo mudou. Não se sabe se por um milagre ou por força da ciência, o gigante cometa destruidor se desviou milímetros e saiu da rota da Terra. Todos ficaram espantados. Continuaram, por um breve momento, a contemplar o céu boquiabertos e calados com um ar de frustração. Vendo que o mundo não ia acabar, cada um voltou para sua casa com a certeza de que tudo aquilo que falaram, já não valia mais nada.


Mais uma de Rômulo Narducci

11 abril 2006

Fantástico Poema



Dancemos com Mefistófiles sobre o claustro da loucura!
Dancemos com Cristo sobre a cruz tombada!
Dancemos sobre a morte da paixão prematura!
Dancemos nus entre os raios e trovoadas!

O amargo que oprime o meu peito
E percorre o meu corpo inteiro,
No vão e instintivo desejo
De um pobre e pseudo cancioneiro.

A insatisfação é sempiterna...
Do pranto que não se enxuga.
Nas costas ostento a dor de uma quimera
E me afundo em vil lama obscura.

Espero o esperar do inferno,
Como Mefistófiles dançou diante de Fausto!
Preferia viver num sanatório e interno
Viver a louca solidão de meu claustro.

O choro amargo entala na garganta
E faz um nó de angústia em meu peito
Em minh’alma vadia um temor se agiganta
E meus olhos se desviam fúlgidos do espelho.

Meu claustro me recebe no fim do dia,
Depois de horas a fio numa dança maldita,
Me entrego a Morfeu em minha doce apatia
E durmo sonhos que não vivo em minha vida.

Dancemos com Mefistófiles sobre o claustro da loucura!
Dancemos com Cristo sobre a cruz tombada!
Dancemos sobre a morte da paixão prematura!
Dancemos nus entre os raios e trovoadas!

Romulo Narducci

05 abril 2006

FRASE DO DIA:

"A opinião pública também erra.
Afinal de contas, foi a opinião pública que condenou Jesus."

Deputado Josias Gomes (PT-BA)ao Jornal da Globo em 04/04/2006
Créditos a Ju

A única verdade que o deputado expressou com a frase é a de que desde que começaram as CPI's os ilibados congressistas tentam pegar alguém pra Cristo.

01 abril 2006

Alexandre Soares Silva mostra porque sua verve polêmica é definitivamente uma das melhores dos blogs neste post de 31 de março.
O texto é primoroso e divertido, concordem ou não com ele. Mas podem discordar de mim também.

Brazil home delivery apocalipse

Disco do Calipso bombando na banca pirata Playboy virou escolha do proleta E o picareta promovido a novo profeta Caiu na rede o selfie do se...